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Condomínio no Rio de Janeiro convoca assembleia para votar taxa de R$ 1.800 a traficantes

 



A Polícia Civil do Rio de Janeiro vai investigar a denúncia de que moradores de um condomínio em Madureira, na zona norte da cidade, estariam sendo coagidos a pagar uma taxa mensal a traficantes da comunidade São José, que integra o Complexo da Serrinha, área dominada pela facção TCP (Terceiro Comando Puro).

Nesta semana, o síndico do prédio convocou uma assembleia geral extraordinária para a próxima terça-feira (13) com o objetivo de discutir a aprovação do pagamento de R$ 1.800 mensais ao grupo criminoso.

No ofício distribuído aos condôminos, o gestor afirma que a medida visa evitar invasões e assaltos por parte de traficantes, prática que teria ocorrido em prédios vizinhos que não aceitaram pagar a suposta “taxa de segurança”.

O caso foi revelado pela Bandnews e confirmado pelo jornal Folha de S.Paulo.

Procurada, a Polícia Civil informou que a investigação ficará a cargo da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais). Um inquérito será instaurado, e o síndico do condomínio será chamado para prestar depoimento nos próximos dias.

Por segurança, o nome do síndico não foi divulgado. A reportagem não conseguiu localizá-lo.

A prática de extorsão por parte de grupos armados em comunidades dominadas por facções criminosas é recorrente no Rio. Em 2020, traficantes do Complexo da Serrinha passaram a cobrar taxas mensais de até R$ 4.000 de estabelecimentos comerciais da região, imitando uma prática típica da milícia.

Segundo investigações da Draco, os traficantes do Complexo da Serrinha, liderados por Wallace Brito Trindade, o Lacoste, e seu comparsa William Yvens da Silva, conhecido como Coelhão, têm histórico de extorsão contra estabelecimentos comerciais, empresas e moradores da região.

Aléxia Sousa/Folhapress