57 funcionários são resgatados em situação análoga à escravidão na Bahia
57 trabalhadores que estavam em situação análoga à escravidão foram resgatados de fazendas no interior da Bahia entre os dias 8 de junho e esta quarta-feira (18). Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, responsável pela ação, os funcionários bebiam água armazenada em galões de produtos químicos e amarravam sacos plásticos nos pés, porque não tinham calçados adequados.No local, 42 funcionários foram resgatados. Eles atuavam sem nenhum tipo de equipamento de segurança e não tinham acesso a banheiros, nem local adequado para fazer refeições.
A água disponível era armazenada em galões reutilizados de Zarpan, produto químico usado no manejo da carnaúba, e de peróxido de hidrogênio, substância altamente corrosiva.
Nos alojamentos, os funcionários dormiam em redes amarradas entre colunas, sobre sacarias de sisal, caixas de bebidas alcoólicas, botijões de gás e outros utensílios.
Além disso, os trabalhadores precisavam tomar banho em um cano improvisado e fazer as necessidades no mato.
Fazenda em Várzea Nova
15 trabalhadores foram resgatados na fazenda de sisal. Segundo o MTE, eles recebiam R$ 250 por semana, ou seja, R$ 1 mil por mês, valor inferior ao salário mínimo, R$ 1.518.
Os trabalhadores operavam máquinas perigosas descalços, de chinelos ou com sacolas plásticas amarradas aos pés, porque não eram oferecidos calçados adequados. Um dos trabalhadores já havia perdido dois dedos de uma das mãos durante o corte do sisal.