Promotor propõe abate de jumentos para consumo após acidentes no RN
A grande quantidade de jumentos soltos nas estradas do Rio Grande do Norte levou o promotor da cidade de Apodi a propor o abate dos animais pra consumo. E dois já foram servidos.
Para a maioria dos moradores, a sensação é de estranheza. "Aqui a gente não tem costume de comer carne de jegue. Por isso que eu não aprovo, não sei os outros", diz um homem.
Mas teve gente que provou e gostou. "Eu peguei o churrasco, o escondidinho de carne de sol, o filé à parmegiana e o filé ao molho madeira. Estão todos muito bons, compatíveis com qualquer outra carne", diz Edilson Freire, advogado.
"Essa carne, ela é mais pobre em gordura que a bovina e mais rica em proteína”, afirma Girlene Ferreira, nutricionista.
Dois animais foram abatidos para o almoço experimental oferecido pelo promotor de Apodi.
Trezentas pessoas degustaram os cem quilos de carne de jumento. Um veterinário acompanhou o abate e emitiu um laudo que garante a qualidade do produto.
Trezentas pessoas degustaram os cem quilos de carne de jumento. Um veterinário acompanhou o abate e emitiu um laudo que garante a qualidade do produto.
"A nossa ideia é difundir às pessoas que a carne de jumento é própria para consumo, no intuito de retirar esses animais das rodovias", explica o promotor Silvio Brito, de Apodi.
O Rio Grande do Norte tem hoje cerca de 20 mil jumentos. Muitos não têm dono.
Soltos, perto das estradas, os jumentos atravessam a pista em busca de mais alimento. E é aí que acontecem os acidentes.
Soltos, perto das estradas, os jumentos atravessam a pista em busca de mais alimento. E é aí que acontecem os acidentes.
"No ano de 2013, nós tivemos 47 acidentes. Três pessoas vieram, infelizmente, a falecer", revela Carlos Kleber de Sampaio Lima Filgueira, inspetor-chefe da PRF de Mossoró.
A captura dos bichos ajuda a combater o problema, mas a associação que cuida dos jumentos já abriga 480 animais e tem dificuldade em manter a criação.
"O único apoio que eu estou recebendo aqui é por parte da promotoria pública", declara Eribaldo Gomes Nobre, presidente da APA.
O abate de jumentos para consumo é previsto por lei desde que realizado em um estabelecimento credenciado pelos institutos de inspeção sanitária. Mas muitos ambientalistas e veterinários acham que os animais podem ter outra destinação
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